Os dois conversam muito intensamente, até demais.
O gordinho... gordinho não, gordo mesmo. Falava, gesticulava. Parecia uma galinha sem pescoço e ainda soltava uma fumaça pela grande boca enfurecida (oh! essa viagem foi boa). Fumava um cigarro meio charuto, vagabuuundoo, igual feito
O outro respondia ao fumante em monossílabos empolgados, abria o peito e. Fiquei um tempo vendo mesmo, não tinha nada pra fazer. E os dois estavam engraçados, o fumante gesticulava tão desesperado que imaginei um jogo na final, o time perdendo... de muito, ou ganhando, mas ganhando bem! E então como fosse um milagre, o outro despontou a falar, mas falava contido, do jeito dele, o ruim é que eu não escutava direito, muito baixo...
Foi então o fumante fez uma cara de susto, encheu o peito de ar, ficou gigantesco e pá.pá.pá!! O outro se apressou e soltou três tapas na altura do peito dele.
Ih!! Corri a rua para separar os velhos. Quase na briga, os dois perceberam minha corrida e eu é que me dei mal. Levantaram os braços e fizera uma barreira, na correria, não deu para parar... cai de cabeça, bati com a nuca, podia ter morrido. E os velhacos rindo, rindo rindo...
Vocês estavam brigando agora tão rindo, que porra é essa? Falei levantando. E é que perdi uns pelos da barriga. Olha aqui, parece depilação! Mostrou o fumante; estava sem camisa, avistei uma capoeira na floresta da barriga. E o outro ria ria ria, dizendo: Ramos, o cigarro dele é bauum... bauum merrmo! Riam riam riam deixando a rua, e eu me senti um imbecil. E ainda por cima, ter o mesmo nome. Fiquei com a maior cara de bunda, e ele percebeu que eu achei que era pra mim aquele baum baum merrmo!
Baum baum merrmo! Isso é engraçado! Vou falar pra galera, eles vão se amarrar. Tomara que pensem que é minha, eu que inventei... e os velhinhos muito doidos. Eu fumo e eles ficam doidões, será que daqui a uns 75 anos vou ser assim também? (rindo sozinho) tenho certeza que eles estavam chapados, é a festa dos vovôs... bauum bauum merrmo!!
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