Ao mundo soavam três; três almas inconstantes, unidas por extremidade tripartida e ambígua.
Ela encontrava qualquer coisa de tri-Uno, onipotente de sua criação devota. A felicidade sugava-lhe como inseto esquisito, saltimbanco, emitindo sons inespecíficos... Tudo isso para abafar os sussurros, gritos incontidos, agressões de desconhecidos inconformados, as ruas cheias de malícia feições estrangulantes o medo de existir a ausência de coragem escarros cigarros tudos
Eles não!
Nasceram assim e vivem, de todo jeito, desprovidos de objeção, entusiasmados pelo vento, paixão. A vida tem outro olhar, múltiplo, criativo, indefinido, quase infantil. VIVEM!
Ela pensa, descontínua, insone, auroras vão e vem, nada... nem um motivo; por que não?
De outros tempos, amores brutos, patéticos, insalubres por sentença apedrejante
A revolução: olhava-se no espelho, mirava um rosto desconhecido e azulado, derretido, mas nada patológico; fluído, envolvente de calor e ódio. O medo de ser observada, apontada por dedos cruéis e previsíveis em sua pseudo-magnanimidade, desgraçados!.. vidas em preto-e-branco
Ela caminhava carregando na mochila o desejo de não estar sozinha, atraída por átomos redesenhados, carícias apaixonadas, confusão de mãos, ménage ad aeternum...
Eles nasceram unidos pelas costas, tinham tudo em comum, inclusive a decisão de não se separar jamais! verdadeira singularidade bifurcada, harmônica e sorridente. Sua sina era amar loucamente aquela mulher, aquela mulher cética, muitas vezes venosa e doce, pueril, deitada à sombra de não saber amar com ânsias, torcicolosamente febril
Sim! Era ela
o único desgaste, o inseto corrosivo e impune dos gêmeos, o demônio da luxúria, a serpente que devora-os subitamente quando vão beija-la...
e querem, mesmo assim a querem, do mesmo jeito que nunca quiseram separar seus corpos tomados pela lei da assimetria.
Não é perfeição
é cópula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário