ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

a muda


toda vez que ela virava a esquina, assumia nova personalidade. Os seios apontavam para o norte, os quadros bamboleavam feito os de uma gata no cio. Ali, era outra, o chamamento de alguém que se perde nos abismos do EU. O marido, dono do estabelecimento, negão de dreads suculentos, guardava as forças nos cabelos de Sansão. E ela nunca os cortaria, não poderia sendo forasteira de si mesma, tendo que encontrar-se todos os dias em movimento circular.... mas ama a rotina, tanto, que disse ter um novo projeto para 2011: considero agora, amar uma árvore, amor por transcendência maior, sem precisar cavar buracos ou enxertar-lhe próteses ilustrando órgãos genitais... plantaria em terra fértil com a segurança de que vingaria para sempre e todo o sempre... minha

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