Quisera ser a serpe veludosa
Para, enroscada em múltiplos novelos,
Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
E babujá-los e depois mordê-los...
Para, enroscada em múltiplos novelos,
Saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
E babujá-los e depois mordê-los...
Carnais, sejam carnais tantos desejos,
O sangue impuro e flamejante
Carnais, sejam carnais tantos anseios
Ressurges dos mistérios da luxúria,
Em seu torso lúbrico de bacante
Do gozo haurindo os venenosos sucos
Entre os silfos magnéticos e os gnomos
Numa espiral de elétricos volteios,
Na cabeça, nos olhos e nos seios
Fluíam-lhe os venenos da serpente.
Era a dança macabra e multiforme
De um verme estranho, colossal, enorme,
Do demônio sangrento da luxúria!
E fico absorto, num torpor de coma,
Na sensação narcótica do aroma,
Dentre a vertigem túrbida dos zelos.
És a origem do Mal, és a nervosa
Serpente tentadora e tenebrosa,
Tenebrosa serpente de cabelos!...
(Partes holísticas - Cruz e Souza)
Um comentário:
ahhhh! achei o que me toca de holístico...
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