Mesmo que me sentisse algumas vezes cúmplice de uma atrocidade ambiental, cheguei a acreditar na felicidade dos jacarés por estarem ali e talvez feito Camilo adorassem o forró. A paralisação eterna que me incomodava, era nada mais que a forma desses animais de encarar a realidade. Viviam em outro tempo também carregado de vida, outro universo profundo e introspectivo “o mundo dos jacarés”. Todos os movimentos que eles economizavam eram compensados pela iluminação de sua percepção apuradíssima à mínima manifestação de existência nos arredores. E todo o dia visitava-os repetidamente e espantava-me diante do esplendor daquele mundo. Quem garante se não estivessem lá viveriam melhor? É! O espaço era pequeno, o laguinho rasinho – tinha esquecido o laguinho -, a comida variava razoavelmente e recebiam visitas indesejáveis. Mas ninguém pode ter tudo, todo mundo tem problemas e já passou por coisa semelhante. Eu admito, não ignoro a dor e o desamparo e até posso estar sendo tendenciosa, mas a relação entre Ian e Camilo, sem dúvida comovente, fora um exemplo de amor entre as diferenças. De que o amor não existe só entre os semelhantes. Em lições como esta, descobrimos em nós o maravilhoso mel de cada dia.
ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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