Caminhando em águas profundas do pensamento, foi na esquina da banca do bicho, encontrou com ele. Agora farejava novos horizontes. Colou o coração na boca. Ele ondulou a cabeça excitado, era bela aquela tristeza. Uma pausa, o beijo. Estalo. Ele consumiu-se lentamente nas labaredas da amante. Poeira levitando na brisa. Ela pulsante, elétrica por intensidade.
ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Elétrica
Para evitar que fosse devorada, munida da raquete elétrica trucidava os mosquitos. Amargurada e impulsiva. Matava-os dia após dia. Explodiam queimavam ardiam fedorentos o destino de brasa. Sem brecha para a fuga. Ela carregava consigo rubra flor da morte, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos. Até a chegada daqueles dias mais amenos... eles sumiram, foram. Partiram resignados a sugar sangues alheios. Na boca, só sua própria língua. Ela, descalça, permaneceu estática, aposentada da emoção, da delícia de matar. Começava ela a empoeirar-se. Saiu.
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Um comentário:
mosquitos me mordam!!
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