As casas dos moradores do morro nas usinas da baixada formam uma canoa. Água cristalina. Olha só! Olhou perdido e avistou uma neblina inacabada e cinza. Preste atenção! com os olhos esbugalhados. Tome isso! Guarde, carregue você. Mas já levava as mãos ofegantes até a boca. Ressoava um som esquisito que vinha distante. Ele fazia mímica comendo aquela pedrinha amarelo-reluzente. "Pedaço de sol" repetia pacificamente nervoso.
Aonde estamos?
Estamos na centésima quinquagésima palavra da nova frase de um espaço lá atrás.
Não! Que lugar é esse, Gráfico? Apontava para a terra.
Há muito tempo.... na época dos avós de nossos avós, isto se chamava Guanabara - começou a ter uma visão em película de filme cego, surdo e mudo - o Zeppelin estava perdendo a força, já meio murcho começava a perder altitude. Me dei conta que o vento soprava enfurecido, uma tonteira, tudo girava, girava, rodopiava... só tinha nas mãos uma cordinha bem fininha, quase transparente, unica garantia de ver o sol reacordar.
Fui sugado por um buraco negro imenso profundo pra lá de além do alto-mar.
Tudo branco, sem começo, meio ou fim, como se a terra fizesse parte de um experimento inacabado. Andei pensando que estava cego, tentando sentir alguma forma tátil. E foi no meio do caminho, no chão fofo de areia, vi aquela árvore de bolas verdinhas e pontos coloridos, tudo isso numa imensidão desértica.