ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

tinha uma história que nunca começava porque não tinha nome ou será que ela não tinha nome porque nunca começava?
mas isso virou o mito da história que nunca começava porque não tinha nome
nela, um locutor de rádio recitava poesias
as poesias dele só podiam ser ouvidas por ele com o ouvido direto
se ele ouvisse as poesias com o ouvido esquerdo, saia se arrastando por ruavenidas representando tudo que dito era na poesia.
ele já sabia
ele já sabia
se arrastando por ruavenidas espantalho enigmático clarividente o quão importante era ouvir as poesias que recitava com o ouvido direito
porque quando esquerdo
nunca mais voltava a ser como fora aquele dia mesmo

Um comentário:

floratomo disse...

hoje em dia é melhor ter um ouvido aqui e o outro lá por via das dúvidas...