meu computador tem falhado ultimamente, as placas que deveriam arquivar os arquivos estão desarquivadas, mas existe a rede, enredada sigo simplesmente pelo fato factual.
são só palavras perdidas no vão da memória viajando sozinha.
um dia volta
quem sabe?
num campeonato de bombas d'água, mergulhos desafiando a gravidade liquefeita
já não sabia e me encontro
perfuro a pedra densamente existencial, já não me lembro... é como ir à caixa de correio e querer saber como vim parar aqui? de onde eu vim? aonde?
não existe mais casa, lugar
a imagem do espelho é outro;
outro, e conversaremos com afeto até quando?
imobilidade de pedaços espalhados, espelhados, visão que todos vêem e não sabem que vêem, ou não dizem ou não sabem dizer, sentem errado. será?
só lembro que esqueço e esquecer é preciso para não se perder em espaço vazio.
coisas importantes, importantíssimas pulverizam-se no ar.
só resta uma coisa
cogitar se a água do mar é mais pesada que a água da piscina.
ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
é castanha do pará, açai pra mastigar,
Venho de Belém...
Emocionei-me, inestimavelmente, perante paisagens tão sossegadas, tão demarcadas por uma imensidão de águas marrons, que contrastando com a terra de um outro marrom, simulavam a fluidez do chão. Um chão fértil, agraciado pelas frutas de todos os cheiros, gostos e cores. Frutas que tornavam nossos caminhos deliciosos e cheios de texturas.
Pensei nisso de amar as texturas. De morder a suculenta carne de um caju, ou abrir a vagem do ingá para chupar suas admiráveis frutas minúsculas, que vinham aos montes, tornar-se-ia, quem sabe, uma obsessão.
Poderia viver ali para sempre, mas nem todo o sempre me faria entender o que era viver daquela vida. Acordar naquele universo, aonde a modernidade chega esmagadora, impondo à casas sem portas nem janelas, um aparelho de televisão a cores e uma roupa no crediário.
tucupi no tacacá, siriá no carimbó, carimbó no siriá
Venho de Belém...
Emocionei-me, inestimavelmente, perante paisagens tão sossegadas, tão demarcadas por uma imensidão de águas marrons, que contrastando com a terra de um outro marrom, simulavam a fluidez do chão. Um chão fértil, agraciado pelas frutas de todos os cheiros, gostos e cores. Frutas que tornavam nossos caminhos deliciosos e cheios de texturas.
Pensei nisso de amar as texturas. De morder a suculenta carne de um caju, ou abrir a vagem do ingá para chupar suas admiráveis frutas minúsculas, que vinham aos montes, tornar-se-ia, quem sabe, uma obsessão.
Poderia viver ali para sempre, mas nem todo o sempre me faria entender o que era viver daquela vida. Acordar naquele universo, aonde a modernidade chega esmagadora, impondo à casas sem portas nem janelas, um aparelho de televisão a cores e uma roupa no crediário.
Geladeira? tem não! é peixe com açai, farinha de mandioca e camarão do matapi
Banheiro? duas moitinhas à direita e prummm
Diziam que a vida era triste...
E curar a melancolia com uma realidade inalcançavel? Não é triste? É patético!
Arrebenta os nervos, porque eles nunca saberão se existe um mundo para compensar aquele. Aquela miséria poética, aquela miséria em que o sol nasce e se põe numa imensidão de águas marrons, cristalinas e doces, tão doces como os peixes que a habitam, e que não sabem mais nadar.
Diziam que a vida era triste...
E curar a melancolia com uma realidade inalcançavel? Não é triste? É patético!
Arrebenta os nervos, porque eles nunca saberão se existe um mundo para compensar aquele. Aquela miséria poética, aquela miséria em que o sol nasce e se põe numa imensidão de águas marrons, cristalinas e doces, tão doces como os peixes que a habitam, e que não sabem mais nadar.
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