ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

venenosa e doce

ou chamamento deSamor de Bruxa


ávido desejo de espera

eis que caiu a noite

uma madrugada fria

por não estar distraído pisou em falso, manipulando

curvas e aromas e delícias

o veneno escorreu; sentiu desabrochar o antídoto (oposto extremado de forças límbicas) de metabolismo voraz

inseto invasor de flores

a planta carnívora ataca e o engole lírica, amorosa.

doce fel dos desamores sem nome, sabor de não deixar-se distraído e não dizer...

profeticamente nomear o caminho amaldiçoa o errante – erra pensando naquele reflexo do nada inominável.

ai liberta-se da verdejante fonte que nutre e não cessa

perpetua-se venenosa e doce

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