ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

estarindo sendo


(foto: Daya Gibeli)

quem sou enxerga o duplo das coisas estáticas. a sombra do ser que não é.

Caleidoscópio de coisas macabras e multicoloridas, transgressão do além de um além.

Aquém desse mundo parado, perpetuo-me em lugar que de corpo permaneço e de alma estremeço; do avesso e vice-versa.

Viagens infinitas pela janela do mundo. imagens disformes, reescritas, atadas...

Deliberada, enfim, deixo caminhos do passado, demolidos logo atrás de passos embriagadamente firmes.

Sem saber ao certo quanto é? o que vale? um aprendizado, subjugado, alado, salvaguardado.

Vida de inseto; vivo no teto, grudada, com pernas minúsculas, de cabeça para baixo ou para cima, não sei.

Só sei que questionam: à que conclusões, invenções, ilusões, intenções; no caldeirão maldito de todos os “ões”

grilhões de distorções forjando conscientizações.

Morando dentro de mim há um vão inconsumível, fantasiosa lacuna de rachadura espumosa, queda de bolhas: a norma do ser e o direito do dever; estas transportadas pelo plasma como qualquer hormônio (des)regulador.

Só me resta o “querer” soterrado em terra improdutiva, desvairada astúcia do homem, que pensa que é, mas é apenas a sombra do que não é...


Um comentário:

Anônimo disse...

Transbordando de poesia está sempre rindo indo e vindo no equilibrismo do vôo da vida
Mil beijos Mamy