ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

é tempo de latas falantes

Assolavam a comunidade. As latas de cerveja brotavam do nada em qualquer isopor de praça e falavam coisas, muitas delas indizíveis a olho nu. Pessoas foram prejudicadas, muitas pessoas foram prejudicadas... maridos que chegavam de madrugada com intuito de não fazer barulho, aqueles que acreditam já ouvir vozes “será que estou ficando louco?”, ou os muito bêbados, os distraídos, as neuróticas, enfezados, carentes, os astronautas, os transeuntes, gays, loucas, estudantes,.... tudo, tudo era assim com aquelas latas soltas por ai, por perto, e mãos atadas. O que diriam? Será?
Diriam, ou nunca terei a chance... de saber... o que 

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