tinha uma história que nunca começava porque não tinha nome ou será que ela não tinha nome porque nunca começava?
mas isso virou o mito da história que nunca começava porque não tinha nome
nela, um locutor de rádio recitava poesias
as poesias dele só podiam ser ouvidas por ele com o ouvido direto
se ele ouvisse as poesias com o ouvido esquerdo, saia se arrastando por ruavenidas representando tudo que dito era na poesia.
ele já sabia
ele já sabia
se arrastando por ruavenidas espantalho enigmático clarividente o quão importante era ouvir as poesias que recitava com o ouvido direito
porque quando esquerdo
nunca mais voltava a ser como fora aquele dia mesmo
ENXERGAVA TUDO PRETO, PONTILHADO COMO SE TIVESSE CAIDO EM UM APARELHO FORA DO AR, CHAPISCADO CALEIDOSCÓPIO NEGRO DE VERÃO. SENTADA NO BARCO CONTINUEI IMÓVEL DE CORPO, POR QUE A MENTE TINHA A VORAZ ÂNSIA DE ESCREVER QUALQUER COISA, QUALQUER LINHA ABSURDA, DESNUDA, AGUDA , FELPUDA, CASACUDA, LÍRICA, TESUDA, CARNUDA, DUVIDOSA, ASQUEROSA, SEI LÁ...
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
ah não... 6h, ai puta que pariu!
ai xixi! banheiro caminha gostosa o despertador só vai tocar 10 pras 8. graças a deus!
que isso? d’aonde veio essa terra? (dois montes de terra tomaram o lugar da cama) e a televisão que não desliga. Porra! já vi o filme, passa numa pedreira. flutuava na pedreira como imperceptível fumaça de pedra, pó translúcido de cristais incolores, só cristais.
olhou o relógio de novo, tinha medo da hora, às vezes ela não despertava.
manhecendo. tudo é tão rápido em pé como muito o divagar deitada.
10 minutos
o barulho do ventilador parece atrasar o relógio, morno, ventilava do jeito que são feitas as coisas desinteressadas.
esqueci aonde estava, tentei subir aquele monte de terra quando pisava meu pé sumia naquele universo movediço de água turva da terra.
A televisão chiava, mesmo assim não conseguia enxergar a tela inerte, via minúsculas partículas de luz que adentravam pelas fretas da madeira, felizes por anunciar um novo dia, que além de novo era lindo. Vejo o azul sereno através das pálpebras fechadas. Nua em corpo etéreo me aproximei da porta envidraçada, lá fora tudo estava mostarda e um rio de chuva fluía imponente pelo jardim ostentando arvores centenárias e derivas de uma época. A vida deve ser exata.
queria ficar em casa dormindo quase uma eternidade, mas o relógio só 10 minutos.
no quarto encontrei uma bateria preta, meio quebrada, os pratos jogados, o som rarefeito por janelas e becos e desejos de saber d'aonde vinha a magnífica melodia?
Toquei,
mesmo sem saber...
ai xixi! banheiro caminha gostosa o despertador só vai tocar 10 pras 8. graças a deus!
que isso? d’aonde veio essa terra? (dois montes de terra tomaram o lugar da cama) e a televisão que não desliga. Porra! já vi o filme, passa numa pedreira. flutuava na pedreira como imperceptível fumaça de pedra, pó translúcido de cristais incolores, só cristais.
olhou o relógio de novo, tinha medo da hora, às vezes ela não despertava.
manhecendo. tudo é tão rápido em pé como muito o divagar deitada.
10 minutos
o barulho do ventilador parece atrasar o relógio, morno, ventilava do jeito que são feitas as coisas desinteressadas.
esqueci aonde estava, tentei subir aquele monte de terra quando pisava meu pé sumia naquele universo movediço de água turva da terra.
A televisão chiava, mesmo assim não conseguia enxergar a tela inerte, via minúsculas partículas de luz que adentravam pelas fretas da madeira, felizes por anunciar um novo dia, que além de novo era lindo. Vejo o azul sereno através das pálpebras fechadas. Nua em corpo etéreo me aproximei da porta envidraçada, lá fora tudo estava mostarda e um rio de chuva fluía imponente pelo jardim ostentando arvores centenárias e derivas de uma época. A vida deve ser exata.
queria ficar em casa dormindo quase uma eternidade, mas o relógio só 10 minutos.
no quarto encontrei uma bateria preta, meio quebrada, os pratos jogados, o som rarefeito por janelas e becos e desejos de saber d'aonde vinha a magnífica melodia?
Toquei,
mesmo sem saber...
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