ahh! como é bom
eu vejo tudo
com mãos aveludadas
tédio insuportável.
prazer solitário com cigarros quase enfileirados.
uma abaulada cadeira de vime espreitava um jardim de pedra, planície imóvel.
vigília constante como instintiva noção do espaço, desguiado por perninhas confusas.
o corpo estático e cortante assume posição de ataque.
deitada em horas desbaratadas, espero, espero... o momento certo...
o momento de PULAR... PEGUEI!
pressiono-a sob força controlada. dou-lhe chance com um suspiro de esperança; ela corre embriagada com a vontade de outros que já estiveram assim.
acho graça
cócegas latentes quase pequenas.
às vezes nunca, uma compaixão pulsava demasiado estranha.
queria entender porque essa obsessão? só com elas, sempre com elas.
Asquerosas e Crocantes como outros que já estiveram assim.
patadas bruscas e suaves para ganhar tempo, arranhões dissonantes a suspendiam levemente do chão, petelecos levitantes, rodando, escorregando, encerando.
subitamente encararam-me quatro olhinhos amarelos; revidando descobri uma estrutura semelhante a um óculos - óculos de silicone oval, as hastes negras.
“Só estava indo dar comida para meus filhotes” divergiu no ar.
senti um enjôo tremendo borbulhando do estômago.
lembrei de meus amores líquidos, amores que se vão, algo sempre
Clarice – respondeu.
Já ouvi este nome!
Não importa,
desisti de ser na hora e com gritos de insatisfeção!